quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Conversa de maluco?

Para iniciar meu post, gostaria de citar partes do relatório de apresentação da pesquisa CNI/Ibope que andou circulando recentemente.

Seguem trechos da pesquisa:


Avaliação do Governo Dilma Rousseff:

• Áreas que o governo tem melhor desempenho: Habitação; Combate à fome e a
miséria; e Capacitação Profissional
• Áreas que o governo tem o pior desempenho: Saúde; Segurança pública; e
Educação.
• Prioridades para o governo federal: Melhorar os serviços de saúde; Combater a
violência e a criminalidade; Combater a corrupção; e Melhorar a qualidade da
educação.

Tributação, disponibilidade e uso de recursos públicos:

• 74% da população acreditam que a presidente e seus ministros, bem como osgovernadores e seus secretários utilizam mal ou muito mal os recursos públicos
- No caso dos prefeitos e seus secretários esse percentual é de 70%.
• 87% da população concordam total ou parcialmente com a afirmação de que “ogoverno já arrecada muito e não precisa aumentar mais os impostos para melhoraros serviços públicos”
• 82% concordam total ou parcialmente que “a baixa qualidade dos serviços públicosdeve-se mais à má-utilização dos recursos públicos do que à falta deles”
• 89% discordam total ou parcialmente que “para melhorar os serviços públicos épreciso aumentar os impostos” 
• 91% acham que os impostos no Brasil são elevados ou muito elevados


Voltando ao post:

Para facilitar, a própria pesquisa diz que a população tem um nível regular de compreensão das responsabilidades das esferas federal, estadual e municipal, mas acha que todas devem ser cobradas igualmente. Bom então a pergunta pode ser generalizada.
Houve alguma correspondência entre as demandas daqueles que falaram nas ruas e as respostas daqueles que se escondem nos gabinetes? 
Na minha opinião parece conversa de maluco. 
-Ei, por onde anda Napoleão? -Diz um.
-Ah! É com gelo e limão! - Fala o outro.
Como postei no início, são raposas astutas, sabem se esgueirar no perigo e roubar a galinha na calmaria (se é que hoje em dia esperam para assaltar os cofres públicos).
Mas toda essa tempestade foi muito oportuna para nosso Ali Babá tupiniquim, afinal o Rosegate esfriou e ele pode ficar calado por mais um tempo. Para um "santo" basta calar-se para que seus pecados se tornem falácia do diabo.
Se nada mais surpreendente ocorrer, resta-nos esperar pelas urnas. Até lá algumas perguntas ainda podem estar sem resposta, e se o caldeirão das ruas não continuar fervendo, temo pelas escolhas dos deslumbrados.
E de conversa de loucos continuarão cheios os blogs e facebooks na nova mídia, a internet. Os seguidores fanáticos do messianismo petista continuarão a propagar os avanços sociais (muito bem vindos por sinal) como se os mesmos pudessem justificar o imenso descaso com o resto da (indi)gestão pública. Sou grato aos avanços sociais, contudo, sou totalmente contra esse governo, uma quadrilha de larápios e irresponsáveis matando pessoas nos hospitais públicos pois não cumprem nem a lei que determina 10% do orçamento destinados a saúde. Isso para ficarmos num sinistro exemplo somente. 
E sobre o discurso da oposição? Mas que oposição? Como opositores vejo apenas uma grande bando de invejosos com vontade de entrar na festa do enriquecimento privado através dos bens públicos. Poucos nomes ainda me valem uma consideração. Mas nomes acabam, morrem, se aposentam, se retiram, e aí mais uma pobreza, onde estão os ideais? De partidos de aluguel e de alma vendida estamos repletos... Onde estão os partidos políticos de verdade? 
É... Novamente a polarização vai acabar por nos estreitar as escolhas entre PeTralhas e Privatarias... Talvez uma Marina ou um Eduardo? Mas qual seria então a diferença do governo deles, senão por acabar utilizando os mesmos mecanismos arcaicos e viciados de que dispomos no momento? Mecanismos políticos que atrasam um país inteiro, recheado de oportunidades de trabalho e desenvolvimento, mas também um país em que suas elites políticas não enxergam (a propósito o LULA é da ELITE que ele tanto escorcha cinicamente - vide seus vôos financiados pelas nossas empreiteiras). Uma mecanismo lesado onde é preciso compor um congresso escravo, onde se vendem Ministérios por votos de cabresto, onde os partidos e os políticos podem encher seus bolsos com muito mais dinheiro do que aquele que se destina ao bolsa esmola. Esmola pois os pobres continuam precisando de favores governistas, clientes de um mecanismo enferrujado e achando tudo muito lindo ate que os erros apareçam na forma de inflação, recessão (interna ou externa), dívidas atrasadas, filas nos SUS, crianças semi analfabetas, etc... -Ora, esses traidores do povo! Precisamos de um novo Salvador da Pátria!
Um novo Getúlio, Jango, Collor, Lulla, etc.
Como eleitor não posso escolher qual modelo de crescimento eu desejo, sou obrigado a escolher qual modelo de atraso me prejudica menos, ou mesmo que me ajude com um bolsa algo, é um modelo de atraso.
Se voltarmos a pesquisa citada acima veremos que o índice de insatisfação com os serviços públicos básicos são muito expressivos, andamos mancos, pois enquanto a perna do ganho pessoal dos pobres os elevou de classe, a perna do desenvolvimento dos serviços básicos andou de lado. Os serviços particulares ainda estão fora de alcance da grande maioria e quando se recorre aos serviços públicos, estes se encontram (com raras exceções) em petição de miséria.
Eu estou de saco cheio de ver cegos malandros guiando cegos ingenuos, pois ambos cairão no precipício. E vão arrastar o resto de nós...
Voto por mudanças em duas etapas, a primeira pela vergonha na cara de começar a se cuidar urgente dos nossos serviços públicos de forma séria, e a segunda, e não menos importante, para que se mude radicalmente o modo de se ver e de se fazer política. Partidos que aglutinem ideais de desenvolvimento bem elaborados, e que tenham em seus quadros pessoas comprometidas com esses ideais.
Sinto-me jovem, pois busco uma utopia! Estou feliz em ser um pouco ingênuo e ter coragem de acreditar. Mas sinto-me maduro também, e sei que nem tudo será viável. E continuarei feliz se ao menos tomarmos consciência desta realidade e continuarmos a buscar essa democracia da nova era.

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